Preocupação excessiva com o futuro, batimentos cardíacos acelerados, pensamentos negativos, sensação de que tudo dará errado… Costuma sentir isso?
Estes são alguns dos vários sintomas da ansiedade, uma reação do nosso corpo a situações que nos causam preocupação, medo ou angústia.
Segundo a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, Portugal é um dos países da Europa com maior percentagem de população com doenças de ansiedade, afetando 16,5% das pessoas.
A condição é ainda mais incidente nos mais jovens, entre os 18 e os 34 anos.
O que muita gente não sabe é que, além dos efeitos físicos e psicológicos, a ansiedade também pode ser prejudicial à memória. Vamos saber mais? Confira este artigo sobre os efeitos da ansiedade na memória!
O que é a ansiedade?
Como já citado anteriormente, a ansiedade é uma condição caracterizada pela preocupação excessiva e constante de que algo negativo acontecerá, mesmo quando não existem indícios para isso.
Pessoas com ansiedade podem chegar ao ápice da preocupação, desenvolvendo crises, situações de grande angústia, nervosismo e insegurança, como se algo de muito mau fosse acontecer naquele momento.
Perante esses eventos, o indivíduo pode sentir o batimento cardíaco mais acelerado, dor no peito, suor excessivo, tremores e sensação de falta de ar.
A ansiedade é uma reação temporária e normal do corpo a situações importantes, como uma tomada de decisão, uma entrevista de emprego, uma apresentação em público, enfim… Porém, quando muito constante, passa a tornar-se um problema de saúde, caracterizado como um transtorno de ansiedade generalizada.
O transtorno da ansiedade generalizada pode afetar pessoas de todas as idades. O distúrbio, caracterizado pela preocupação excessiva, é persistente e pode perdurar por, no mínimo, seis meses.
Potencialização da ansiedade com a pandemia e as tecnologias
Em 2020, o mundo passou a enfrentar um grande, assustador e temeroso desafio: a pandemia da Covid-19.
Além da própria doença e dos sintomas, o futuro, que se apresentava mais imprevisível, a necessidade de adaptação à nova condição, o isolamento social e notícias de fatalidades fez com que muitas pessoas desenvolvessem ou acentuassem a ansiedade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, apenas no primeiro ano da pandemia, a prevalência global de ansiedade e depressão subiu 25%. Entre as principais razões, além das citadas, estavam: a solidão, o medo de contrair o vírus, luto pelos entes queridos e, também, as preocupações financeiras, já que, com o lockdown, muitas pessoas tiveram de parar os seus serviços.
O estudo feito pela OMS demonstrou, ainda, que os mais jovens foram os mais afetados com a ansiedade. Eles também tiveram um maior risco de comportamentos autodestrutivos ou suicidas, por exemplo.
O uso acentuado das tecnologias foi um dos fatores agravantes para a ansiedade em jovens. De facto, ela permitiu encurtar distâncias perante um mundo em isolamento, mas também teve um efeito negativo na saúde mental de muitas pessoas.
Como a tecnologia nos permite estar sempre conectados, muitos indivíduos, durante a pandemia, tiveram uma sobrecarga de informações (e muitas delas más). Mesmo com a opção de desligar os aparelhos, algumas pessoas tinham medo de perder algo importante e ficar desconectadas do mundo.
Essa constante pressão para estar sempre atualizado perante uma situação, até então, desconhecida, levou a sentimentos de ansiedade e, consequentemente, a uma exaustão mental, com consequências até hoje, após declarado, pela OMS, o fim da pandemia.
Sintomas da ansiedade
Como já citado ao longo deste artigo, a ansiedade manifesta-se como uma combinação de sintomas mentais e físicos.
De entre os mentais, podemos referir:
- Medo;
- Preocupação excessiva;
- Irritabilidade;
- Desânimo;
- Angústia;
- Insónia;
- Dificuldade em relaxar;
- Cansaço frequente.
De entre os físicos, eles podem se manifestar das seguintes formas:
- Palpitações;
- Tremores;
- Suor frio;
- Tensão muscular;
- Sensação de pressão ou aperto no peito;
- Falta de ar;
- Respiração ofegante;
- Dificuldade de engolir (“bolo na garganta”).
Além dos sintomas mencionados, uma consequência pouco mencionada é a de que a ansiedade também pode ser prejudicial à memória. Saiba mais sobre essa relação no próximo tópico.
Efeitos da ansiedade na memória
Já se levantou para procurar algo e se esqueceu do que era? Estava numa conversa e repetiu ou esqueceu-se do que precisava de dizer? Muita gente não sabe, mas pode estar relacionado com a ansiedade.
Deve estar a perguntar-se de que forma, não é?! Então, expliquemos.
Expostos a situações de stress, de pressão, medo ou angústia, o nosso cérebro não consegue responder a todos os estímulos necessários. Dessa forma, como já existem outras preocupações na nossa mente, acabamos por nos esquecer das coisas.
É por isso que quem apresenta transtorno de ansiedade, especialmente num alto nível, pode notar problemas de memória e atenção.
Outra informação que devemos considerar é que o nosso cérebro é dividido em partes. Uma delas é o hipocampo, o principal local de armazenamento temporário da memória.
Se o impacto da ansiedade sobre cérebro for muito grande e frequente, essa estrutura acaba por sofrer bastante. Assim, o seu tamanho é reduzido e, dessa forma, sofreremos os efeitos da ansiedade na memória.
Dessa forma, a falta de concentração ou atenção, resultante em esquecimentos, pode, sim, estar relacionada à ansiedade.
O que fazer para evitar o impacto da ansiedade na memória?
O primeiro passo para evitar que os efeitos da ansiedade atinjam a memória é controlar a ansiedade. Mas, como?
Não tentar reconfortar o outro dizendo frases “Calma, vai tudo correr bem”; “Não precisas ficar assim“. O ansioso não escolhe ser ansioso!
Se o nosso cérebro acredita que existe um perigo, o nosso raciocínio é de pouca utilidade. Portanto, o ideal é convence-lo de que não existe nenhum problema. Assim:
- Convença o seu corpo de que não há nenhuma ameaça: para isso, relaxe, respire fundo, faça pequenas pausas no seu dia a dia para que o cérebro também sinta a sensação de relaxamento;
- Inclua hábitos na sua rotina que lhe façam bem: muitas vezes, uma simples mudança pode mudar tudo. Saia com os amigos, faça uma caminhada, vá ao cinema, conheça pessoas novas e descubra o que gosta de fazer;
- Referencie a sua ansiedade: entenda o que a causa, os gatilhos que a fazem desenvolver.
Por último e não menos importante, conte com o ajuda de um profissional.
Ninguém está livre de ansiedade, mas não precisa de viver sempre com medo, angustiado, tenso e suportar as consequências que interferem na sua qualidade de vida.
O recomendado é procurar um psiquiatra e um terapeuta especializado, para a usa vida não seja afetada. Assim, eles, poderão ajudá-lo a entender a situação e controlar de uma maneira saudável e tranquila.
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