No dia 11 de março de 2020, a covid-19 foi caracterizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma pandemia. Após três anos, em maio de 2023, a OMS decretou o fim da emergência de saúde global da pandemia da covid-19, mas os efeitos pós-covid 19 persistem.

Além das complicações causadas durante a infeção, o novo coronavírus gerou danos e deixou sequelas permanentes ao organismo de muitas pessoas.

Por entre as consequências, uma pesquisa realizada no Reino Unido, avaliou os efeitos da doença no cérebro, após manifestar sintomas prolongados. Mais de 3 mil pessoas submeteram-se a testes, realizados em duas etapas, entre 2021 e 2022.

A pesquisa apontou que os efeitos pós-covid 19 na atividade cerebral são tão fortes que equivalem a um envelhecimento de 10 anos.

Vamos tentar perceber mais sobre essa relação dos efeitos pós-covid 19 e sobre essa pesquisa?

Acompanhe o nosso artigo!

Covid-19

Em 2020, o mundo foi surpreendido com uma desafiadora realidade: a pandemia da covid-19.

Causada por um tipo de coronavírus, a transmissão da covid-19 propaga-se, principalmente, por meio da inalação de gotículas de saliva e de secreções respiratórias, que ficam suspensas no ar quando a pessoa contaminada tosse ou espirra.

Além disso, o contacto com superfícies contaminadas é uma outra forma importante de transmissão da doença.

De entre os sintomas da covid-19, podemos citar:

• tosse seca e persistente;
• febre alta, acima de 38 °C;
• cansaço excessivo;
• dor de cabeça;
• nariz entupido;
• alterações do trânsito intestinal, principalmente diarreia;
• inflamação na garganta;
• perda de olfato e paladar.

Sequelas pós-covid 19

Mesmo após decretado o fim da emergência de saúde global da pandemia da covid-19, o que não significa o fim da doença, e mesmo depois da imunização através das vacinas, a covid-19 continua a manifestar algumas reações no organismo.

Cientistas e especialistas da área médica do todo o mundo, continuam a investigar este fenómeno preocupante: os vários efeitos do coronavírus em pacientes curados.

De entre a extensa lista, podemos citar, por exemplo:

Complicações cardíacas

Ainda no início da pandemia, um estudo realizado investigadores alemães analisou 100 pacientes, com idade média de 49 anos, recém-recuperados da covid-19.

Após submetidos a uma ressonância magnética cardíaca, o exame revelou alterações no coração de 78, dos 100 pacientes analisados.

Além disso, 60% desses pacientes apresentaram sinais de miocardite, caracterizada como uma inflamação do músculo do coração.

Diminuição da capacidade pulmonar

Essa é uma das principais complicações causadas pela covid-19.

Também no início da pandemia, autoridades do Hospital Princess Margaret, em Hong Kong, relataram que pacientes internados com a doença apresentaram uma diminuição de 20% a 30% da função pulmonar.

Hoje, 3 anos após o início da pandemia, muitos pacientes ainda relatam complicações pulmonares.

Função cognitiva

Perda de concentração, memória e desorientação são alguns dos fatores cognitivos causados pela covid-19.

De acordo com especialistas, esses efeitos podem ocorrer mesmo em pacientes sem problemas de saúde. Porém, esse quadro tem apresentado posteriormente, elevada capacidade de recuperação.

Ansiedade

A saúde mental de muitos pacientes também foi afetada com a covid-19.

Segundo investigadores, a ansiedade, por exemplo, pode ser fruto das inseguranças provenientes da doença, bem como do período de internamento e isolamento durante a infecção.

Perda de cabelo

O número de pessoas que relata queda de cabelo pós-covid 19 é elevado. Além dos fatores psicológicos que podem estar relacionados, a perda dos fios de cabelo também pode ser consequência das alterações do organismo após a infecção pelo vírus.

Parosmia

A alteração no olfato, além de ser um dos sintomas da covid-19, pode durar após a recuperação da doença.

De acordo com profissionais da saúde, o vírus afeta o nervo olfativo, causando uma irritação temporária ou até permanente, causando, desta forma, alterações no olfato.

Síndrome pós-covid 19

Além das consequências citadas acima, um outro efeito da covid-19, estudado por investigadores é a síndrome pós-covid, caracterizada pela continuidade dos principais sintomas da doença.

Impacto pós-covid 19 no cérebro

Como já citado, há evidências de que a covid-19, interfere com as funções cognitivas de um indivíduo.

Um estudo feito no Reino Unido apontou que os efeitos pós-covid na atividade cerebral são tão fortes que equivalem a um envelhecimento de 10 anos.

O estudo divulgado no The Lancet, foi realizado pelo King’s College London. 3.335 pessoas foram incluídas no estudo. Entre 12 de julho e 27 de agosto de 2021, e entre 28 de abril e 21 de junho de 2022, os participantes fizeram testes de desempenho cognitivo, que trabalham a memória, atenção, raciocínio e controle motor, por exemplo.

Os investigadores concluíram que os participantes afetados pelos sintomas da covid-19, por 3 meses ou mais, tiveram um desempenho inferior nessas tarefas, comparativamente aqueles que apresentaram sintomas por um período menor.

Alguns cientistas acreditam que pessoas com problemas cognitivos persistentes devido à covid-19 acabarão por apresentar melhoras. Por outro lado, outros cientistas temem que problemas cognitivos causados pela covid-19 possam levar à demência. Estes últimos, inclusivé, dizem que pessoas que tiveram covid-19 apresentavam biomarcadores sanguíneos e inflamação semelhantes a pessoas com doença de Alzheimer, por exemplo.

Isso não significa que alguém que contraiu covid-19 tem maior probabilidade de desenvolver Alzheimer ou outro tipo de demência.

É possível prevenir os efeitos pós-covid no cérebro?

Não é possível prever quais consequências da covid-19 pelas quais seremos afetados. Quando o assunto é o efeito cognitivo, por exemplo, pessoas de todas as idades e condições de saúde podem ser afetadas.

Por enquanto também não existem tratamentos específicos para confusão mental, perda de memória e outros efeitos cognitivos relacionados à covid-19.

O indicado pelos médicos é terapia cognitiva e terapia ocupacional.

Os estudos continuam a ser efetuados justamente para compreender os mecanismos subjacentes da disfunção cognitiva em pacientes com covid-19, na esperança de identificar possíveis tratamentos.

São por isso recomendadas atividades que estimulem o cérebro, como leitura, jogos quebra-cabeça, jogo da memória ou palavras cruzadas.

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